A relação entre a exposição solar e as alterações da pele há muito é notória e hoje muito bem estabelecida. Abusar do sol, especialmente entre os horários de 9h às 15h, siginifica colher manchas, rugas e, em ultimo caso, câncer de pele. Este fenômeno chama-se fotodano.

Lesões pré-malignas e malignas da pele têm como fator de risco principal a ação crônica da radiação solar sobre a pele. Um câncer de pele que surgiu hoje teve origem nos efeitos cumulativos do sol tomado há 20 ou até 30 anos atrás. Naturalmente, existem outros fatores de risco como a predisposição genética, tendência familiar, aspectos raciais. Basta observar, por exemplo, o baixo índice de câncer de pele em indivíduos com a cor da pele morena ou negra. Essas pessoas possuem mais melanina na camada basal da pele. Este pigmento  é um protetor solar natural do revestimento cutâneo.

Interessante se faz constatar como os hábitos, os costumes e a moda podem influenciar na incidência solar no corpo humano e na patogênese das doenças de pele.

Os pêlos do corpo conferem proteção. Barba e bigode por conseguinte protegem a face. Câncer de lábio é evitado naqueles que cultivam um outrora simpático bigode. Os calvos perderam sua proteção solar natural do couro cabeludo. Teriam que usar chapéu! No passado, nos meados da década de 40, bigode e chapéu eram moda! Aliás este acessório era peça obrigatória do vestuário tanto em homens quanto mulheres. O cancer de pele era menos frequente naquela época. Vale lembrar que a atmosfera também era menos poluída e a camada de ozônio mais generosa!

Os automóveis fabricados na década de 40 tinham o teto mais alto de modo que permitissem que seus ocupantes permanecessem com chapéu no interior dos veículos. Difícil associar a imagem de alguns  célebres nomes do passado sem a presença do chapéu: Al Capone, Winston Churchill, Santos Dumont.

Os tempos foram mudando. Em 1960, Jonh Kennedy foi eleito presidente dos EUA. Talvez tenha sido o primeiro presidente daquele país a se apresentar oficial e publicamente sem trajar o chapéu. O acessório estava perdendo o glamour! Nessa mesma década surgiu com força o movimento hippie. O movimento de contracultura cultuava cabelos compridos e roupas despojadas. O chapéu tornou-se retrógrado, démodé, cafona.

Com o tempo então, o rosto passou a ficar mais exposto. Menos proteção solar determinou um aumento da incidência de câncer de pele. Soma-se a isso o fato de que, pelo menos em nosso meio, as pessoas passaram a cultuar o bronzeamento. As ipanemas, as copacabanas  e demais praias da costa brasileira ostentavam banhistas de corpos dourados. Marquinhas de biquini eram troféus. Queimaduras de primeiro grau com dor e vermelhão na pele eram motivo de orgulho! O uso de óleos e produtos na pele tinham objetivo bronzeador. O filtro solar só surgiu no Brasil na década de 80, mas foi só em nos anos 90 incorporou-se no cotidiano do brasileiro! A partir de então, as pessoas passaram a se conscientizar da importância da proteção solar.

A proteção solar é principal medida na prevenção do câncer de pele. É atenção primária a saúde! Um simples ato de cuidado evita o surgimento de lesões cutâneas. Evitam-se assim cirurgias de ressecção de tumores, retalhos e enxertos. Junto com as cirurgias, vêm as cicatrizes. Por mais habilidoso e zeloso que seja o cirurgião plástico, as cicatrizes sempre existirão.

Portanto não adianta tapar o sol com a peneira. Use filtro solar e tenha uma pele jovem, saudável, sem manchas e sem lesões.

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